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X-Acto

Os x e os actos e algumas coisas de cortar os pulsos



Quinta-feira, 10.04.14

Aos encontrões com a vida

Não sei muito bem como materializar em palavras algumas emoções dos últimos dias. Não sei se emoções é sequer a melhor forma de designar o que me tem passado pelos olhos, pela cabeça e muito pelo coração.

Nos últimos dias, várias histórias de pessoas que conheço e gosto vieram de encontrão ter comigo. Pessoas boas, pessoas que têm feito coisas boas, e que estão em profundo sofrimento. Neste mesmo intervalo de dias, por razões que hoje não consigo escalpelizar, eu própria me tenho dado valentes encontrões, por desilusão com terceiros, por esperas longas demais, por equações que não se resolvem e que já deviam ter um resultado certo.

É certamente uma casualidade.

Mas o que senti nestes dias foi uma espécie de mal de vida onde devia estar bem. Um mal que começa demasiadas vezes porque algumas empresas estão ou são sítios pouco recomendáveis, porque as pessoas nessas empresas ou baixam os braços ou se tornam pouco recomendáveis (e sim, acredito que há uma terceira via nisto tudo) e porque a subjugação económica em prol da renda, da escola, da conta de electricidade e do supermercado rapidamente galopa para um sentimento de perda, de dignidade esventrada, de não retorno.

 

A par com tudo isso, há ali um mundo ao lado. De pessoas que se dão bem, que se vestem bem, que estão impecavelmente cuidadas, que falam sem nunca perder controlo. Que não engordam porque fat is the new looser (sério, vocês já repararam como a magreza se tornou símbolo de sucesso? com honrosas excepções, em que 'fat' é simplesmente uma questão de estilo). Recordo-me de um comentário de um gestor, daqueles cheios de medalhas e taças, que dizia o seguinte sobre a forma física: 'se não controlas o teu corpo, como queres controlar o resto?'. A magreza é muito mais que um tema de moda, beleza, saúde - é um sinal exterior de poder.

 

Não consegui ainda processar estas coisas todas. Estou demasiado preocupada com as histórias de pessoas que gosto e que estão aos encontrões com a vida, demasiado triste por me sentir impotente e demasiado irritada para me conformar.

 

 

 

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por sparks às 01:00


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