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Os x e os actos e algumas coisas de cortar os pulsos
Diz que chove no sábado e no domingo e, na realidade, não me importo nada.
Vai saber bem. Sabe bem cozinhar enquanto chove lá fora. Sabe bem ler enquanto chove lá fora. Sabe bem ver um bom filme, depois de uma quantidade razoável de argumentos esgrimidos na escolha, enquanto chove lá fora.
E como chove, este fim-de-semana levo para casa coisas para fazer em casa. Mais uma vez, ninguém me pediu opinião, mas há aqui umas ideias que podem achar piada.
É um projecto do artista inglês Banksi. É um projecto do artista inglês Banksi durante a sua estadia de um mês em Nova Iorque. Além da arte propriamente dita, Banksi tem graça (o que confere com uma certa teoria que tenho em que o sentido de humor é fundamental a qualquer tipo de criaçao).
Banksi publica todos os dias, desde XX, no site Better Out than In uma imagem alusiva ao seu 'trabalho' diário nas ruas de NY. Além da imagem, há sempre um ficheiro de audio associado que permite ouvir as histórias, os percursos, as divagações desta imersão nova-iorquina. Algumas imagens são simplesmente prodigiosas na sua simplicidade.
O mayor de NY não gostou. Michael Bloomberg acha que“o graffiti estraga a propriedade das pessoas e é um sinal de decadência e de perda de controlo”. Bloomberg acha também que "há alguns lugares para a arte e alguns lugares sem arte.”
E posto isto, a polícia nova-iorquina achou por bem localizar Banksy. Sem sucesso, porque inglês está longe de ser o tipo de figura que se fotografa em festas e red carpets e que todos reconhecem.
Em compensação, mostrou uma vez mais o seu sentido de humor face à capa do New York Post que remetia para a busca da polícia com: “Get Banksy!”
Banksi respondeu no seu site: “Eu não leio aquilo em que acredito nos jornais”.
Mais sobre esta deliciosa novela:
Ágata, lembram-se? Podes ficar com a casa com o carro, com o gato, mas não fiques com ele?
Ágata.
Ágata celebrou 40 anos de carreira (40?!!!) e os On The Hop estiveram lá. O Tiago Presley esteve lá (alguém tem de dar atenção a este miúdo).
E o resultado foi este. Filmagem improvisada mas uma conversa que muita 'gente grande' não faria tão bem. Bom para ver em família, mais novos e mais velhos, unidos em torno de símbolos nacionais.
E da Ágata para ... Gay Talese. Uma prenda do Nuno Vargas que me enviou esta conversa, esta conversa.
Gay Talese é aquele tipo que qualquer pessoa que gosta de ouvir histórias quer conhecer.
Gay Talese é aquele tipo que qualquer pessoa que gosta de contar histórias quer conhecer.
Gay Talese conta histórias como ninguém e acredita que é essa a essência do jornalismo.
Curiosidade é a palavra-chave. Não há jornalismo sem curiosidade, sem querer saber, sem interesse genuíno pelo outro e pelos outros.
Em cima disto é preciso depois a elegância para saber distinguir o que se diz por aí do que se diz por aqui.
Ele faz isso tudo muito, muito bem.
Além disso dá esperança a todas nós, mulheres que conversam compulsivamente sobre as suas vidas (e, vá lá, às vezes, só às vezes, sobre as dos outros). Há um sentido para essas conversas. Tipos como Gay Talese um dia foram garotos e ele garante que foi com a mãe que aprendeu a fazer as perguntas certas (as que não perturbam o fluxo do diálogo), a ser elegante e a ter sempre novos motivos de curiosidade.
Uma conversa para escutar e saborear com uma chávena de chá.
A journalist's life (o livro é na realidade, A writer's life)
Guerra ao trigo. Já ouviram? O trigo é perigoso. As moléculas estão adulteradas. Engordamos por causa do trigo. Ficamos irritáveis por causa do trigo. O nosso 2º cérebro (intestino, pois) não gosta deste trigo.
A mim, foi-me tudo comunicado assim, com muita ciência, por uma excelente cientista e de então para cá (2 meses) tenho vindo a dedicar-me a alternativas.
A grande treta é que há trigo em todo o lado. Há trigo invisível. A lista é interminável e asfixiante.
Só dura uma semana esta fase. Depois ficamos compulsivamente viciados em ler rótulos, fazemos apostas connosco mesmos sobre a composição que iremos descobrir neste naquele produto, trocamos pequenos segredos com as amigas da 'seita' mas, meslhor do que isso, descobrimos um misterioso mundo novo onde não há trigo e com ao qual não tínhamos sido apresentados.
Nestas semanas, descobri pão de quinoa (maravilhoso), pão de batata doce (idem), massas variadíssimas sem trigo.
Este fim-de-semana vou experimentar fazer um bolo com farinha de alfarroba que irá ser devidamente levado à mesa com marmelos assados no forno à moda da minha avó. Depois conto.
Sobre o trigo, quem quiser, sirva-se:
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